sábado, 4 de abril de 2009

AVALIAÇÃO PAIXÃO PELA VERDADE

AVALIAÇÃO PAIXÃO PELA VERDADE

INTRODUÇÃO:
O autor do livro, Alister McGrath, Introduz o seu livro afirmando que o evangelicalismo é a maior e mais ativamente forma de cristianismo do mundo ocidental. Considerando que o autor já havia discorrido sobre o assunto, tem por pretensão nesta, por meio da coerência intelectual considerar o seu futuro num mundo ocidental. Apresentando que o evangelicalismo há muito tempo já passou do estágio de se colocar na defensiva sobre qualquer coisa, e que com isto, é capaz de montar um lance defensável a favor de sua inclusão dentro da comunidade acadêmica. Contudo deixando claro que a sua perspectiva não é de incentivar os crentes a pensar dentro de uma estrutura especificamente cristã por meio de todo o espectro do saber e da cultura modernos.
Diante da hostilidade evangélica o autor nos apresenta quatro razões principais para a mesma, onde três estão mais ligadas ao evangelicalismo estado-unidense do que ao britânico, a saber: 1) A herança do fundamentalismo do evangelicalismo norte-estado-unidense; 2) O evangelicalismo na América do Norte chegou a fazer critérios pragmáticos de êxito, porém muito questionado sobre a sua utilidade para a prática pastoral e evangelística; 3) A teologia acadêmica tem a obrigação de mostrar o secularismo em que ela se envolveu a afastando da vida e preocupações cristãs, e, por fim; 4) A teologia acadêmica é potencialmente elitista. Ao afirmar que não foi totalmente o causador desta citada hostilidade, defende-se.
Na seqüência, ainda em sua introdução ele afirma que o evangelicalismo já foi assunto de muita atenção crítica e polemica dentro dos efetivos estado-unidense e europeus. Como resultado foi muitas vezes forçado a procurar a posição defensiva. Com isto o resultado foi que os teólogos evangélicos têm geralmente deixado de tratar dos temas centrais da fé cristã em medidas coerentes com que se deveria esperar.
Elabora em sua introdução uma definição operante de evangelicalismo, relacionando uma série de temas e interesses centrais interativos.
O livro tem como propósito e estrutura a formação de uma mente evangélica. Explorando a viabilidade intelectual do habitat evangélico. O autor diz que os dois primeiros capítulos de sua obra enfocarão as ênfases evangélicas em Jesus Cristo e a Bíblia. Nos três capítulos finais, o autor trata do evangelicalismo e pós-liberalismo; evangelicalismo e pós-modernismo e evangelicalismo e pluralismo religioso. Como afirma o autor vamos à exposição do lugar de Jesus Cristo no pensamento cristão.

1. A SINGULARIDADE DE JESUS CRISTO
O autor inicia o seu primeiro capítulo falando que o cristianismo é singular entre todas as religiões do mundo, em seqüência fala sobre a singularidade e ao que ele chama de natureza definitiva de Jesus Cristo. Alister apresenta que o evangelicalismo nunca sentiu nenhum constrangimento em defender ou proclamar a singularidade de Jesus Cristo. Escritores simpáticos ao iluminismo têm promovido o caso em favor de uma religião baseada em normas, tais como a “razão” ou “experiência”. O que não é o caso do evangelicalismo, pois há muito tempo está compromissado com a noção de uma revelação particular que tem validade universal, ou seja, tem mantido sua justificativa final no próprio Deus. Explorando o entendimento evangélico do lugar de Jesus Cristo em relação à fé cristã ressalta a autoridade de Jesus Cristo, afirmando que para o evangelicalismo, Ele é de importância constitutiva e definitiva para o cristianismo. Ele é a própria prova de sua autoridade, pois a retém nEle mesmo. A teologia cristã sempre foi vulnerável À tentação de basear a autoridade de Cristo em princípios ou considerações externas. A autoridade de Cristo é vista como secundária para alguns como Immanuel Kant. Negando a autoridade inerente de Cristo os escritores acabam afirmando que Jesus não possui autoridade por estabelecer valores religiosos ou morais, mas reflete o que a modernidade endossa como valores religiosos ou morais aceitáveis, sendo também este o ponto de vista a partir do Iluminismo.
O modernismo é geralmente entendido como se referindo ao estado de espírito que começou a emergir dentro da literatura no inicio do século XX. O seu tema fundamental é seu desejo de controlar, destacado por McGrath no tema nietzcheano “vontade de poder”. Ainda mostra este aspecto de domínio especialmente no surgimento da tecnologia. No lugar da palavra “domínio” o evangelicalismo coloca o tema “mordomia”, enxergando-se como responsável pela articulação e vanguarda de algo, ao final, ele não tem o direito de dominar ou controlar. Mostra-nos ainda que a insistência evangélica na autoridade de cristo não é uma servida auto-imposta, e, sim um compromisso libertador de quem nos livra de sermos escravos. Daí Mcgrath apresenta a importância de Jesus Cristo, tanto no aspecto revelacional como também no soteriológico, bem como a importância mimética de Jesus Cristo mostrando que Ele não é somente a base da salvação, mas também, o ponto inicial da teologia cristã e o centro de todo o pensamento cristão. A despeito de não alcançarmos a Sua perfeição o evangelicalismo continua afirmando que devemos ver nele o exemplo a ser seguido. Dentro da importância doxológica, o autor destaca que há uma intima conexão entre a teologia cristã e a maneira com que os cristãos cultuam e oram, ficando isto muito evidenciado nos grandes hinos, especialmente os de origem pietistas. Na importância querigmática de Jesus Cristo, o novo testamento destaca Jesus como Senhor e Salvador, ficando a certeza que o Senhor é visto como alguém para ser proclamado e para quem uma resposta é esperada. De fora do evangelicalismo e do cristianismo, sempre encontraremos aqueles que querem apresentar outra figura, porém, o cristianismo evangélico é totalmente cristocêntrico. Jesus é o próprio evangelho.
Na conclusão deste capitulo reafirma que o evangelicalismo é fortemente cristocêntrico. A teologia cristã é, sobretudo preocupada com a identidade e importância de Jesus Cristo. O evangelicalismo defende a tese de que o lugar dos cristãos é o mundo, contudo, necessitando de preservar a sua identidade distintiva para não deixar de ser sal e luz para esse mundo. A compreensão evangélica do íntimo relacionamento entre Jesus Cristo e a Escritura é tal, que um apelo a Cristo é simultaneamente um apelo à Escritura, assim como um apelo à Escritura é um apelo a Cristo. Isso posto, faz uma transição para, no segundo capítulo de seu livro, falar sobre a Autoridade da Escritura.

2. A AUTORIDADE DA ESCRITURA
Não há como deixar de destacar que o autor inicia o seu segundo capitulo relembrando a declaração de Lutero na dieta de Worms: “Minha consciência é cativa da palavra de Deus”. Afirmando que o evangelicalismo já se viu cativo dessa mesma palavra de Deus. O principio das escrituras é de extrema importância para o evangelicalismo. Apresentando desta forma que há um consenso evangélico resumido na confissão de fé de Westminster capitulo 1. VI. Ao apresentar que o evangelicalismo não é “uma religião de um livro só”, quer com isto reafirmar que o mesmo enfoca-se na pessoa de Jesus Cristo. Há uma ligação inextricável e íntima entre a palavra de Deus encarnada e a palavra de Deus na escritura. A Escritura está literalmente centrada em Cristo e cristo está nela envolvido. Há uma ligação tão intima entre cristo e as escrituras, que Kuyper afirmou com muita propriedade que “não podemos encontrar Cristo, sob nenhuma forma, senão que é encontrada na Escritura...”.
Os cristãos continuam salientando que a lealdade a Cristo como Senhor inclui aceitação se sua atitude com a escritura, ou seja, mostramos honrar a Cristo, tanto ao reconhecer como verdadeiras as Escrituras que ele mesmo recebeu. A cristologia e a autoridade da Escritura estão intimamente ligadas, em que é a Escritura que nos traz a um conhecimento de Jesus cristo.
É fácil encontrar artigos na academia ocidental que declaram haver uma “crise em autoridade bíblica”. Totalmente combatida por Mcgrath, afirmando ser os mesmos, fruto de uma situação anômala de crescimento numérico entre os evangélicos. A afirmação do autor está fundamenta no fato de o número de cristãos que consideram a Escritura como autoridade está aumentando e o número dos que, como simpatizantes de tendências mais liberais, estão desaparecendo. Então falar em crise, diz Mcgrath é potencialmente enganoso e leva a sérios erros. Relembra ainda que há aqueles que têm dificuldade com a “autoridade da Escritura” porque têm dificuldade com o próprio conceito de autoridade. Na dimensão libertadora da autoridade da Escritura fica claro mais do que nunca a insistência sobre a autoridade da escritura reflete a determinação de não permitir que nada fora da herança cristã torne-se norma. Várias forças externas tentaram exercer controle sobre o cristianismo. Exemplos citados nos apontam para a teologia imperial dos dias de Constantino. A história da igreja alemã debaixo da ditadura de Adolfo Hitler, obrigada a reconhecer a “cultura alemã”, surgindo nessa ocasião muitos teólogos alemães liberais. O autor nos apresenta quatro abordagens rivais sujeito à avaliação critica. As quatro áreas que vão de encontro com a autoridade das Escrituras, a saber: A cultura, experiência, razão e tradição. Afirma que as duas primeiras são de características de abordagens “liberais” para a teologia. Na cultura afirma que a teologia cristã deve abrir campo para a atuação da mesma em seu meio que em alguns casos, como a cultura alemã tornou-se dominado pelo socialismo nacional, e, quem afirmava que a teologia deveria buscar seus alicerces na cultura logo se viram argumentando o contrário. Na experiência Mcgrath afirma que duas abordagens podem ser observadas, a primeira, associada aos escritores liberais, é de que a experiência provê um recurso fundamental para a teologia; a segunda, associada ao evangelicalismo, afirma o contrário, a teologia oferece uma estrutura interpretativa para a experiência humana. À razão o autor passa a considerar que a mesma veio em função do surgimento do Iluminismo, afirmando de que a sabedoria deve ser universalmente acessível, portanto, o homem tem faculdade racional capaz de ter acesso ao conhecimento de Deus. Em seu argumento Mcgrath afirma que a razão promete muito, mas falha na hora de entregar seus benefícios. Apresenta diferença entre razão e racionalismo, que consiste, razão é a faculdade básica do ser humano de pensar. Racionalismo é uma dependência exclusiva somente da razão humana, e uma recusa que qualquer peso seja dado à revelação divina. Agora Alister mostra os estágios que resultaram no racionalismo: o primeiro como o evangelho era racional, seria apropriado demonstrar que o cristianismo fazia sentido e se apoiava em fundamento completamente razoáveis; o segundo, se argumentava muito na Inglaterra e na Alemanha que o cristianismo era racional. Se ele era racional quaisquer partes de seu sistema que não pudesses ser provado pela razão não poderiam ser contadas como “racionais”. Teriam de ser descartadas. Também argumentavam que razão vem primeiro; cristianismo vem depois, depreciando a teologia cristã. O cristianismo argumentava que Deus não pode ser simplesmente postulado desse modo cruamente racionalista. Deus tem que ser experimentado. Ao apresentar sobre a tradição afirma que a mesma tem bastante autoridade para alguns escritores. Entendida como uma doutrina ou crença tradicional, que tem força de autoridade por causa da antiguidade, contudo pode estar errada também, portanto devendo a mesma ser honrada onda esta certa e rejeitada onde está errada. Foi um elemento integral para reforma. Segundo alguns reformadores a tradição, era em última análise, uma interpretação da Escritura, que jamais poderia ser contradita pela autoridade da Escritura. A última análise do papel da Escritura no pensamento evangélico enfoca uma questão de importância considerável na erudição bíblica que é o reconhecimento da posição primária do gênero narrativo dentro da Escritura. A narração serve como base da teologia. O evangelicalismo anterior, época dos reformadores, estava apercebido da importância da narrativa. Mcgrath Diz que reconhecer a qualidade narrativa da Escritura permite que seja recuperada a plenitude da revelação bíblica. Afirma ainda que reconhecer a qualidade narrativa da Escritura permite que seja recuperada a plenitude da revelação bíblica. Entre a narrativa e doutrina Mcgrath afirma que o evangelicalismo sempre esteve preocupado em demonstrar a ligação próxima entre elas. Na seqüência dos fatos relatados Alister traz À tona algumas controvérsias que marcaram a história, que foram resolvidas, ao menos para o evangelicalismo, tendo como base a narrativa bíblica e suas doutrinas. A teologia cristã não abre mão do principio hermenêutico a escritura a si mesma explica. Em sua conclusão do Mcgrath deixa mais uma vez claro que o apelo evangélico à autoridade da Bíblia é coerente e bem informado. Até aqui os dois capítulos se ocuparam com a coerência interna do evangelicalismo. Mcgrath passa a expor nos próximos capítulos os rivais intelectuais e teológicos no mundo contemporâneo.

3. EVANGELICALISMO E PÓS-LIBERALISMO
Inicia seu terceiro capitulo dizendo que irá avaliar abordagens importantes rivais dentro da cultura ocidental contemporânea, afirma ainda, que a sua intenção não é apresentar uma alternativa evangélica a tais abordagens, e sim indicar as bases sobre as quais elas podem ser criticadas. A primeira abordagem é o pós-liberalismo que surgiu na década de 1960.
Aborda o liberalismo levando o leitor a ver a importância de conhece as bases do mesmo. O evangelicalismo há muito tempo vê o liberalismo como uma ameaça séria à integridade cristã. Mcgrath afirma que a característica do pós-liberalismo pode estar localizada em sua rejeição dos projetos totalizadores da modernidade. Apresenta as três seguintes características fundamentais definidas por William C. Placher: primeira, a primazia da narrativa como uma categoria interpretativa para a Bíblia; a segunda, a primazia hermenêutica do mundo criado pelas narrativas bíblicas sobre o mundo da experiência humana; a terceira, a primazia da linguagem sobre a experiência. Afirma que as raízes filosóficas deste movimento são complexas. Após isso, define o liberalismo como simplesmente a posição teológica, até aqui característica de muito da cultura ocidental. Ao invés de estar amarrado a dogmas do passado, é preciso fazer alusão à ênfase de estar aberto a novos insights apresentado pelo avanço filosófico, social e religioso. Afirma Mcgrath que para se conhecer o liberalismo teológico, é necessário explorar as origens do liberalismo em geral. O termo “liberal” é um termo francês em sua origem datada da era napoleônica. O sendo de libertação que acompanhava a Revolução Francesa de 1789 deu lugar ao desespero. Tanto regime jacobino e bonapartista estenderam o poder em nome da “liberdade pessoal”.
Até a década de 1830 o temo “liberal” já estava em uso bastante regular. O autor, tendo considerado o liberalismo, afirma ser ele um movimento descartado como irrelevante, tanto pelos escritores cristãos conservadores como pelos escritores cristãos da linha tradicional.
Quanto ao liberalismo e a “teologia pública” diz que, um tema repetitivo da cena cultural é o reconhecimento de que o iluminismo chegou ao fim. O surgimento pos modernismo na cultura em geral, da nova era na esfera da espiritualidade pessoal, e do pós-liberalismo no campo da teologia cristã, tudo conduz ao colapso da fé na visão do mundo do iluminismo. A teologia pública com todas as suas proposições, mostra-se totalmente falha. Há três falhas principais nessa abordagem: 1) abstrações improdutivas não particularizadas; 2) rendição à cultura secular; 3) A opinião de que a linguagem e os valores da cultura secular são universalmente válidos, mas não são levados a serio.
O autor ao falar sobre a critica liberal do fundamentalismo liberal afirma que a credibilidade intelectual e cultural do liberalismo tem sido decisivamente desafiada. A noção de “experiência comum humana” é agora vista como pouco mais do que uma ficção experimental. O Liberalismo acabou tornando o secularismo digno de crédito para o cristianismo em ver de ser o contrário. O pós-liberalismo evita esse desastre apologético. Críticos liberais do pós-liberalismo já argumentaram que o liberalismo representa um lapso pra uma “ética de gueto” ou alguma forma de “fideísmo” ou de “tribalismo”, por causa do afastamento das normas universais de valor e racionalidade.
Mcgrath cita que é necessário admitir que o próprio evangelicalismo já tenha sido influenciado por pressupostos do iluminismo.
Redescobrindo o gênero distinto do cristianismo, o autor diz que existe uma aceitação crescente dentro da teologia acadêmica; do conceito de que não somente o cristianismo e mesmo distinto, mas qualquer visão de mundo se recuse a reconhecer essa distinção deve ser rejeitada por estar seriamente em desacordo com os fatos observáveis. Paul Holmer afirma que uma das falhas mais fundamentais do liberalismo foi sua tentativa de “reinterpretar” ou “reafirmar” conceitos bíblicos, o que inevitavelmente degenerava em harmonização da Bíblia com o espírito da época. Já Lindbeck diz que característica do liberalismo, particularmente na América do Norte, onde ele se refere à abordagem à doutrina como sendo uma abordagem experimental-expressiva. Seu ponto de vista é “proposicional” ou “Cognitivo”, que trata da doutrinas como “proposições informativas ou reivindicações da verdade sobre realidades objetivas”. Contudo, segundo McGrath, esta abordagem é inadequada, pois deixa de fazer jus à plena complexidade das noções bíblicas de revelação.
Ao fazer a abordagem linguística-cultural, Lindbeck entende também que religiões podem ser comparadas a línguas; a doutrinas religiosas funcionando como regras gramaticais. As religiões são estruturas ou meios culturais que produzem um vocabulário e precedem uma experiência anterior. A principal dificuldade levantada por essa abordagem trata da origem da tradição cultural-lingustica regulada por doutrinas, deixando de responder uma série de perguntas esclarecedoras, por assim dizer.
Macgrath aborda na seqüência uma crítica evangélica do pós-liberalismo. Afirma que qualquer crítica do gênero precisa ser prefaciada por uma recomendação de suas virtudes, incluindo as seguintes questões: (1) Sua ênfase na importância distinta do cristianismo, e sua recusa estudada e respaldada em seguir a precipitação forte do liberalismo na corrida para identificar a verdade do evangelho como normas culturais liberais de fins do século XX, começando na América. (2) Sua insistência na Escritura como fonte suprema de idéias e valores cristãos (3) Sua reafirmação da centralidade da pessoa de Jesus Cristo dentro da vida e pensamento da igreja cristã. O autor apresenta três críticas fundamentais em forma de perguntas a três pensadores pós-liberais importantes: Lindbeck, Hauerwas e Frei,: O que é verdade? Por que a Bíblia? Por que Jesus Cristo? As repostas a essas perguntas tem por finalidade, mostrar a inconsistência do pós-liberais a exemplo do liberalismo.
Conclui fazendo uso da “diatribe”, questionando e respondendo: Qual é o futuro relacionamento entre evangelicalismo e pós-liberalismo? O diálogo ainda está num estágio inicial. O pós-liberalismo ainda é mais bem visto talvez como um programa de pesquisa, em lugar de um conjunto definitivo de doutrinas.

4. Evangelicalismo e Pós-Modernismo
O termo pós modernismo alcanço importância própria na metade da década de 1970, ganhando aceitação e credibilidade.
McGrath diz que seu interesse à princípio é explorar os contornos do movimento denominado modernismo conforme anunciado, e avaliar as implicações para o evangelicalismo nesse contexto. Afirma que o pós-modernismo é uma reação ao iluminismo (1750), ocorrido especialmente na Europa Ocidental e na América do Norte. A visão de mundo do Iluminismo estava morrendo.
A ascensão do movimento que é agora conhecido como “pós-modernismo” através do mundo ocidental é um resultado direto do colapso dessa confiança na razão. O autor afirma que o movimento pós-modernismo é o movimento intelectual que proclama em primeiro lugar, que o iluminismo apoiava-se em fundamentos intelectuais fraudulentos, e, em segundo, que ele prenunciou alguns dos mais horríficos eventos da história humana; os expurgos stalinistas e os campos de extermínio nazistas. Na década de 1880 Nietzche declarou prematuramente como acabou sendo proclamado que “Deus está Morto”.
McGrath fala sobre a interação entre “iluminismo” e a “modernidade”, dizendo que a preocupação fundamental que diz respeito ao empreendimento do iluminismo pode ser expressa no seu interesse de privar os seres humanos de suas “particularidades”, deixando nu o cerne da natureza humana – um ser “independente, autônomo, e assim essencialmente moral não–social. O “projeto Iluminismo” inteiro pode, portanto, ser entendido como um esforço sustentado da parte de seus pensadores para desenvolver a ciência, a moralidade e lei universal objetivas, e arte autônoma segundo sua lógica humana. Por esta razão, Heguel defendia a idéia de que o cristianismo deveria ser interpretado como uma das várias corporificações de uma religião universal da razão.
Contudo logo ficou claro que isso era pouco mais do que um sonho. O que escritores do iluminismo tinham presumido ser “universal” mostrou ser etnocêntrico.
O autor afirma que o iluminismo fez dentro do evangelicalismo, afirma que esse movimento é cada vez mais uma voz que vem do passado, com uma importância cada vez menor para a apologética evangélica e para a reflexão teológica. Com a morte lenta do iluminismo tem surgido um descrédito geral do racionalismo. Na seqüência, o autor apresenta as razões para essa influência, e a extensão de sua ação. Diz que o impacto maior do iluminismo foi onde o evangelicalismo expandiu-se como conseqüências do reavivamento e renovações do século XVIII, em que teve de se defender do século XIX. O iluminismo teve pouco impacto em países como Espanha, Grécia e Itália. Ele foi mais dominante na Alemanha, Inglaterra, Escócia e América do Norte. O resultado abrangente dessa confluência foi que o fervor evangélico do grande despertamento foi temperado por formas do moralismo e racionalismo do iluminismo, especialmente em Princeton; O autor nos afirma que foi tão grande a influência da antiga escola de Princeton, que seu racionalismo passou para o evangelicalismo estado-unidense reformado moderno.
De que forma essa influência do iluminismo se mostra? O autor responde dizendo que quatro áreas podem ser identificadas: Em primeiro lugar, diz existe uma tendência dentro do evangelicalismo de tratar a Bíblia simplesmente como uma fonte de doutrinas cristãs, e de negligenciar, suprimir ou negar seu cunho narrativo. McGrath afirma que o evangelicalismo, felizmente, está agora começando aos poucos a desvencilhar de si este vestígio do iluminismo, e movendo-se em direção a uma posição que é bem mais sensível à natureza da própria Escritura. Em segundo lugar: Diz que existe uma tendência de se ver espiritualidade em termos de entendimento do texto bíblico – isto é – a leitura da Bíblia tirando sentido de suas palavras e idéias, e entendendo seu fundo histórico e seu sentido para hoje. A ênfase continua a ser sobre a razão, sobre o raciocínio. Em terceiro lugar: Afirma que o iluminismo tem preparado o caminho para os pontos de vista pós-modernos. Dentro desta ótica McGrath afirma que muita apologética evangélica é incapaz de funcionar nestes dois contextos significativos. No caso do pós-modernismo, o evangelicalismo descobre que seu pressuposto de categorias universais de evidências e racionalidade é rejeitado já de inicio, com isso impossibilitando uma apresentação efetiva do evangelho nesse contexto. No caso de contextos não ocidentais, o evangelho é obrigado a converter um auditório a maneiras ocidentais de pensar antes da credibilidade do evangelho poder ser articulada. Contudo, Nossas abordagens são remodeladas e feitas pela Escritura ou a partir da Escritura. Em quarto lugar: afirma que com base numa visão iluminista de mundo, o evangelicalismo se interessa em persuadir as pessoas da verdade do evangelho – com aquela palavra crítica – verdade – sendo entendida de modo fortemente racional como “correção proposicional”.
O autor inicia o assunto da morte da modernidade afirmando que a pós-modernidade é uma noção vaga e mal-definida, que talvez pudesse ser descrita, em determinado plano, como a perspectiva intelectual geral que surge após o colapso da modernidade. O pós modernismo é caracterizado por sua desilusão fundamental com os grandes temas da modernidade.
A seguir o autor apresenta as diferenças gerais entre modernidade e pós-modernidade. O modernismo é caracterizado pelo propósito, projeto, hierarquia, centralização e seleção. O pós-modernismo: brincadeira, acaso, anarquia, dispersão e combinação.
McGrath conclui o capitulo quatro afirmando que ficou clara a sua fundamental convicção, qual seja: o evangelicalismo demonstra um alto grau de poder de elasticidade e coerência em face aos desafios muito diferentes colocados por meio de cada uma dessas visões de mundo. Apesar disso não quer dizer que ele tenha que assumir a ordem pós-moderna. Essa pressão talvez seja mais intensamente enfocada com relação às questões levantada pelo pluralismo religioso.

5. EVANGELICALISMO E PLURALISMO RELIGIOSO
Logo no inicio nos informa que o evagelicalismo afirma de maneira segura que o evangelho cristão é singular, e não pode ser confundido ou identificado com nenhuma outra religião ou filosofia de vida. Afirma que esta vigorosa defesa está baseada num conjunto de afirmações cristológicas coerentes com respeito à natureza única da pessoa e obra de Jesus Cristo, tal crença é vista com hostilidades por muitos, por causa das implicações negativas para a tentativa liberal de tratar todas as religiões como essencialmente idênticas.
O pluralismo religioso não é algo novo como algumas pessoas afirmam. O Pluralismo foi um fato de vida no contexto em que o apóstolo Paulo primeiro pregou o evangelho na Europa, como é hoje.
Quanto à natureza do pluralismo, diz que o surgimento de uma ideologia de pluralismo religioso, é uma subcategoria do pluralismo intelectual e cultural em seu direito, em vez de como entidade especifica. É a conseqüência não tanto de alguma percepção de uma fraqueza da parte do cristianismo, mas sim do colapso da idéia do iluminismo de conhecimento.
Mcgrath citando Newbigin faz uma distinção entre pluralismos como um fato da vida e pluralismo como uma ideologia. Portanto se refere a dois tipos de pluralismos. Primeiro ao “pluralismo descritivo” e o segundo que é o “pluralismo prescritivo”. O primeiro já foi explicitamente reconhecido pela teologia cristã em seus períodos formativos. O segundo tem de a usar a evidencia do primeiro para introduzi clandestinamente o segundo. Diz que o pluralismo prescritivo é fatalmente falho e crivado de contradições internas, comprometido com uma série de incoerências, intelectualmente vazio em certas conjunturas criticas.
O autor MacGrath em seguida questiona o que é religião? Afirma ao responder que o temo “religião” precisa de mais exame. Ninian Smart disse que muito da conversa sobre “religião Clássica” realmente significa clássica ocidental, sendo, portanto, um reflexo da cultura ocidental. As religiões como um todo não tem uma única essência. Não há nenhum espaço na teologia global para uma noção etnocêntrica de religião. Em resumo, segundo o autor, há a necessidade de respeitar a individualidade do que ainda insistimos em mencionar como “religiões, em vez de construir definições artificiais e reducionistas daquilo que “religião” é.
O autor apresenta inda que da palavra diálogo tem-se a impressão de que uma palavra já foi muito trabalhada, e mostra-se cada vez mais incapaz de sustentar a pressão que se coloca sobre ela. Ela não pressupõe concordância. Contudo, precisa ser explorada melhor. Não é crime nenhum afirma NcGrath discordar de alguém. É impróprio, contudo, eliminar ou evitar as diferenças por causas de uma opinião a priori de que nenhuma diferença pode existir. Destaca um fato óbvio de que as religiões do mundo têm diferido e continuam a diferir significativamente sobre matérias sociais e políticas, tanto quanto sobre idéias religiosas.
Na seqüência faz uma abordagem evangélica às religiões e à salvação. Diz que o pluralismo ingênuo já ganhou controle no mundo acadêmico, é em parte porque os evangélicos têm permitido que isso seja feito, ao deixar de articular uma interpretação crível, coerente e convincente, e cristã, do lugar das religiões do mundo, e de assegurar que isso seja ouvido e notado na arena pública.
Quanto ao entendimento cristão de Deus, afirma que durante certo período de tempo, entre os pluralistas encontrou-se apoio para o conceito de que o entendimento mútuo entre as religiões do mundo seria mais realçado se os cristãos aceitassem um tipo de “revolução coperniciana”. Pela qual deixasse de ver Jesus como alguém de importância central, e, em vez disso, passassem a enfocar sua atenção em Deus.
McGrath ao apresentar a respeito do lugar de Jesus Cristo na salvação, diz que a maneira mais apropriada para os cristãos se empenharem em diálogo significativo entre as diferentes crenças é começar reconhecendo que Jesus é, em algumas formas, o elemento mais particularístico do cristianismo.
Quanto a natureza da salvação o cristianismo tem um entendimento especifico da natureza e meios de obter-se a salvação. As religiões do mundo não só oferecem a salvação de muitas formas diferentes, mas também oferecem “salvações” completamente diferentes.
Conclui McGrath este capítulo, dizendo que o evangelicalismo reconhece que o cristianismo existe no meio de uma pluralidade de religiões, e em algumas regiões do mundo dentro de uma cultura que deseja tratar todas as religiões numa base politicamente igual. Contudo, o evangelicalismo não vê necessidade nenhuma de se afastar ou retirar de algo das convicções da fé por causa desses fatores.

Conclusão:
Na conclusão final, Alister McGrath afirma que o evangelicalismo é de importância muito grande para o futuro do cristianismo global. Apresenta que os evangélicos é quem apontariam o seu compromisso total com o evangelho. Diz que sua presente obra explorou a questão da coerência intelectual e credibilidade acadêmica do evangelicalismo. Afirma ainda que o evangelicalismo está ocupado demais levando adiante seus ministério Evangelístico e pastoral para ficar preocupado para ter tempo para esse tipo de preocupação “acadêmica”. Sua preocupação foi mostrar que, no sentido mais antigo do termo, o evangelicalismo tem toda razão de pensar em si, e de ser julgado, como “acadêmico”. McGrath Diz que os evangélicos não precisam mais se sentir desmedidamente vulneráveis, na defensiva, pedindo desculpas sobre as crenças que os distinguem dos seguidores de outras doutrinas religiosas. O evangelicalismo já fez grandes contribuições para a formatação e renovação da vida da igreja que Cristo fundou, precisamos dar continuidade à formatação e à renovação da vida da mente cristã.

Conclusão Particular
Considerei o livro em principio de leitura não muito agradável. Fui fazer a leitura do livro “Raízes da Teologia Contemporânea” do Rev. Hermisten. Ao retornar a leitura do mesma tornou-se mais agradável diante de termos que o “raízes” me esclareceu.
O livro “Paixão Pela Verdade” é de extrema urgência a leitura por todos os lides religiosos, especialmente os evangélicos. Pois a partir dele ficará mais fácil repelirmos heresias que campeiam diversas religiões nos dias de hoje por falta do conhecimento do básico e trivial que Alister McGrath aborda em seu livro.

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