sábado, 4 de abril de 2009

Lendo as Escrituras com os Pais da Igreja

Lendo as Escrituras com os Pais da Igreja
Christopher Hall

Autor - Abdiel Bibiano Neves

“POR QUE LER OS PAIS DA IGREJA?”
O capitulo um inicia com uma lista bem generosa de nomes de Pais da Igreja. Talvez lembranças da antiga civilização ocidental ou de um curso de história da igreja venham à mente. Entretanto, o passar do tempo ofuscou nossa memória ou arrefeceu nosso entusiasmo pelas personalidades e pelo mundo da igreja primitiva. Talvez nossa reminiscência do passado nos desestimule a tentar compreender um texto de um pai da igreja. Para outros, os pais da igreja representam um vasto território desconhecido, inexplorado. PODEM OS PAIS SER CONFIÁVEIS? Podemos confiar nos pais? Teríamos que nos perguntar: Os pais nos desencaminhariam? Leram eles bem a Bíblia? Ou seu próprio preconceito cultural e religioso impediu-os de compreender claramente a essência do evangelho? Para muitos cristãos protestantes, há uma profunda suspeita de que os abusos do catolicismo romano medieval tiveram suas sementes nos pensamentos dos próprios pais. O próprio Martinho Lutero questionou. Talvez seremos mais fiéis a Lutero se examinarmos cuidadosamente sua própria metodologia na leitura da Bíblia com os pais. SOLA SCRIPTURA? Muitos vêem a história da igreja dos séculos segundo ao décimo sexto como uma sucessão de erros. Para muitos protestantes, grande parte da história da igreja permanece um território devastado e improdutivo, um deserto de erros fortemente caracterizados pela ausência da direção e discernimento do Espírito Santo. Para muitos evangélicos, somente com a chegada dos reformadores Lutero, Calvino, Melanchton, Zuinglio, e Simons temos uma compreensão clara, autêntica e biblicamente enraizada do evangelho foi resgatada e revitalizada. Muitos vêem a história da igreja dos séculos segundo ao décimo sexto como uma sucessão de erros. Para muitos protestantes, grande parte da história da igreja permanece um território devastado e improdutivo, um deserto de erros fortemente caracterizados pela ausência da direção e discernimento do Espírito Santo. O ideal do intérprete autônomo pode mais facilmente ser colocado nas pegadas do iluminismo do que na Reforma. A pessoa descobre a verdade unicamente ao separar-se por ato intencional do objeto do conhecimento. Para Tracy, O teólogo cristão tradicional de qualquer tradição pregava e praticava uma moralidade da crença e obediência à tradição e uma lealdade fundamental às crenças da igreja-comunidade. UMA LONGA VIAGEM AO LAR. Thomas Oden, editor da série Ancient Christian Commentary on Scripture (Comentário dos Primeiros Cristãos sobre as Escrituras), escreveu amplamente sobre a tendência de as pessoas modernas subestimarem as contribuições do passado e exagerarem a sabedoria do presente. Thomas Oden cresceu em uma família profundamente enraizada na tradição pietista e nos ideais políticos do Partido Democrático. As categorias existencialistas de Bultmann restauraram a relevância da Bíblia para Oden. O desafio de criar e inovar substituiu a sua apreciação e apropriação da própria tradição e auto-compreensão da igreja. Ouvir de tal maneira que pudesse ver telescopicamente além de minha miopia moderna, para romper os muros da minha prisão moderna e, na realidade, ouvir vozes do passado com suposições inteiramente diferentes acerca do mundo, do tempo e da cultura humana.
“A MENTE MODERNA E A INTERPRETAÇÃO BÍBLICA”.
Inicia o capitulo 02 falando de um expressivo artigo de Willian J. Abraham que descreve e analisa algumas características da cosmovisão moderna. a) Racionalidade iluminista – que leva a uma rejeição da possibilidade de uma revelação divina especial e da crença em milagres. Para ele, o impacto do iluminismo deixou sua marca quando muitos evangélicos trataram a Bíblia como um texto científico. O resultado é uma teologia que se parece suspeitosamente com uma reedição e expansão da política e da ética do iluminismo. Diante deste grave problema, desta visão distorcida, Abraham recomenda restabelecer e manter saúde teológica no mundo moderno focalizem nas questões da formação do caráter. E para começar Abraham recomenda o cultivo da Humildade. Ele afirma que os teólogos têm sido tentados, por sua própria arrogância, a pensar que podem alcançar mais do que é razoável ou humildemente possível. Ainda argumenta que o que os intérpretes pós-modernos precisam hoje é de humildade. A teologia pós moderna demonstra repetidas vezes que é incapaz de captar ondas sensoras divinas além daquelas que ressoam a partir da revelação. Em reação e resposta à elevação da razão autônoma pelo iluminismo, a hermenêutica pós-moderna insiste que é impossível separar a interpretação de um texto do gênero, cultura, linguagem e posição social do interprete. Em vários sentidos, a perspectiva pós-moderna á uma correção útil para o exagerado individualismo do iluminismo. Fala de sua cultura estados unidense, e fala da influencia dos ideais do iluminismo sobre ela em todos os sentidos. Convidanos a ler a bíblia com os olhos dos cristãos de um tempo e lugar diferentes e que isto revela prontamente o efeito deofmador de nossas próprias lentes culturais, histórias, lingüísticas, filosóficas e, sim, até mesmo teológicas. Hall não sugere que os pais tinham o mesmo pensamento acerca de determinado assunto, ou que eles estavam corretos em todas as suas interpretações, porém eles devem ser ouvidos. Hall nos mostra que, na visão dos pais da igreja, a vida acadêmica não era separada da vida espiritual. Ele diz que nem mesmo Atanásio nem Gregório visualizavam a exegese ou a teologia como uma atividade acadêmica ou estudos bíblicos ou teológicos separados da vida da Igreja ou da formação espiritual pessoal. Não há problemas em se estudar a bíblia, todavia, a Escritura deve ser estudada, ponderada, mas submetida à exegese. Para eles, a piedade é uma condição para o entendimento de como e por que os pais empreendem a tarefa da exegese.
“DANDO SENTIDO À EXEGESE BÍBLICA”
No capitulo 08, Christopher trata do tema: “Dando sentido à exegese bíblica”, chamando o leitor para escutar os Pais atentamente enquanto aceitando de forma não crítica tudo que eles dizem. Faz-nos refletir, questionando-nos sobre as pessoas importantes que nos moldam significativamente a nossa leitura? Apesar da influencia dos reformadores, precisamos da influencia dos Pais da Igreja. C.S. Lewis compartilha de ele não culpar seus estudantes de procurarem literatura secundária. Ele não deseja deificar o passado, mas reconhece os talentos desses escritos. É necessário ler cuidadosamente os Pais da Igreja. Antes de encerrar quero relembra como os Pais liam o Antigo Testamento, eles davam os seguintes passos: a) buscavam o contexto original; b) Seções do A. T. escritas posteriormente foram reinterpretados e viram no texto relevância escatológica; c) A interpretação judaica dentro do tempo de Jesus estende o texto em direção a um sentido messiânico; d) O próprio Jesus pode ter associado o texto à sua pessoa e obra; e) O Texto então é relido no conhecimento da ressurreição; f)Em seguida, a igreja lê o texto como uma explicação adicional ou ilustração; g) Se houver necessidade de usar o texto apologeticamente, ela o fará; h) O texto será lido em relação a ela e à comunidade. E finalmente, os exegetas conduziam sua obra na igreja para a igreja, uma idéia estranha a muitos estudiosos de nossos dias. Diferente de muitos cristãos pós-modernos, os pais não têm pressa.
CONCLUSÃO:
Somos convidados a ler a escritura com os Pais. Não para negligenciar as riquezas exegéticas que temos, nem para denegrir os recursos que muitas interpretações bíblicas modernas proporcionam. Ler os pais da igreja é oportuno para o cristão de hoje, porque há uma tendência de ver a forma humilde e piedosa que os Pais tratavam todas as coisas, em especial a Escritura Sagrada.

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